Laura de Anfriso de Manuel da Veiga Tagarro
- poesia e história - helena barbas - Maio 2003
[ III – Bucolismo e Intertextualidade ]
3. Uma análise descritiva
3.1 Exigência de uma dupla leitura
3.2 As éclogas
3.3 A epístola
3.4 Uma estrutura épica
3.4.1 O epilion
3.5 Os livros de Odes
] 3. Uma análise descritiva [
Uma vez que são editados em conjunto, os poemas terão que ser considerados como um todo, embora se evidenciem claramente três momentos distintos. O primeiro, corresponderá à Epístola Dedicatória (E.D.) que, pelo retomar de frases, temas e informações de outros poemas, por vezes em jeito de "sumário" – além de, quanto a nós, ter sido dirigida a um segundo mecenas, mais novo – sugere ter sido o último texto a ser escrito. As éclogas formam, por si, um conjunto à parte na medida em que são, declaradamente, poemas de circunstância associados a acontecimentos históricos datados e comprovados – questões que se desenvolverão no ponto quarto. Os Livros de Odes, provavelmente escritos em simultâneo com as éclogas – podendo ainda alguns poemas serem imediatamente anteriores [1] – distanciam-se pela procura de uma unidade narrativa própria e pelo abandono do tom encomiástico.
[] H.B.[]
[1] Na Ode 9 do Livro II, em nota referem-se os comentários ao Polifemo de Gôngora, comentários que têm início por volta de 1613.